sábado, 29 de novembro de 2008

MEU DEUS É SONHO

"O medo de sofrer é pior do que o próprio sofrimento.
E nenhum coração jamais sofreu quando foi em busca de seus sonhos.
O coração tem razões que a própria razão desconhece."

Ao abri os olhos a vejo aqui, docemente enroscada nos lençóis de minha cama. Cabelos escorrendo pelo travesseiro e deságua em meu rosto, trazendo teu doce perfume para perto de mim. Com uma expressão de alegria cansada, iluminada pelos tímidos raios de sol que invadiam em frestas o meu quarto.

Meu Deus é Sonho???

Com os olhos a piscar uma, duas vezes. Você continuava ali, pertinho de mim, à distância de um beijo. Como ontem quando apareceu no meio da noite, feito fada, sussurrando obscenidades na minha mente. E com um olhar me hipnotiza e paralisa. Esses olhos de magia infinita. E dançou, só pra mim.

Sentado naquele sofá branco, eu assisto enquanto você desliza na minha frente, sobre pétalas de rosas vermelhas que estão por toda parte. Os sons dos violões e das castanholas parece que fluem dela e eu sinto as notas tocando meu corpo quando levanta as mãos acima da cabeça e roda. E dança. Me seduz.

Sabe que meus desejos e sentidos são todos por ela. Seus olhos me encaram com carinho e com tesão, me derreto por dentro quando ela chega perto de mim. Você se mexe na cama e eu volto pra minha realidade inventada. Eu não sei onde estamos, mas imagino. Pouco importa se é meu ou teu... Importa que tudo tem o nosso cheiro. Cheiro do meu corpo junto com o teu.

Teu corpo.. Meu corpo...

E essa tua expressão calma de agora em nada se parece com teu rosto na noite de ontem enquanto eu te despia com os olhos. Bem que ela me disse que dançaria sobre meu colo. Só não citou que estaria completamente nua. Ela sabe que eu adoro quando agarra meus cabelos e diz autoritária!"Você é meu. E eu, sempre sua".

E mergulha sua língua na minha boca sem pudor. Me beija e me morde sem medo de machucar, diz gemendo no meu ouvido que dor de tesão é gostosa. E naqueles momentos em que o desejo é mais forte que a consciência, lembro que me levantei com ela ainda agarrada em mime a joguei em cima da mesa. Copos, vasos e garrafas rodopiaram e ganharam o chão. Violeiros imaginários assistem a tudo impassíveis, mas entendem a urgência do momentoe tocam com mais força, mais alto. Eu preciso sentir o gosto daquele sexo com a mesma intensidade que ela precisa sentir minha boca. Arqueia o corpo, aperta os seios, morde os lábios... Me empurra.

Seu rosto mistura tesão e sorrisos. Escorrega lânguida e agora de pé, fica de costas pra mim e apóia as mãos na mesa. Arrebita sua bunda e seus olhos me convidam por sobre os ombros. Vem Amor ... Me Devora...

Segurando firme sua cintura e assistindo seu rebolar sensual. E fizemos amor, puxando seus cabelos e escutando teus gritosa ecoaaaa por todo ambiente. E te amo, gozando junto com você, com seus seios em minhas mãos. Não sei onde foi parar a música!!!

Não sei de onde veio essa cama. Olhando agora para esse quarto, não vejo a mesa! Nos nossos sonhos, ainda somos dominados pela magia. Você acorda do teu sono e a primeira coisa que vê é minha boca. E leva sua mão até ela, pra saber se é real. Teus olhos acompanham o caminho dos teus dedos que acariciam meu rosto. E um sorriso brota em meus lábios ao
pronuncia Eu te amo ...

A todos um lindo fim de semana!
O sonho que se sonha só é só um sonho,
Mais o sonho que se sonha junto é realidade!

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

VONTADE DE SUMIR

"O medo de sofrer é pior do que o próprio sofrimento.
E nenhum coração jamais sofreu quando foi em busca de seus sonhos.
O coração tem razões que a própria razão desconhece."


Hoje não tenho vontade de olhar para os relevos do chão, não quero olhar para a desarrumação que deixei meu quarto... Quero apenas sorrir... chorar... ouvir música bem alto...Apenas quero sobreviver.

Às vezes tenho vontade de comandar a vida... Mas minha vontade é não ir trabalhar todos os dias, não jantar , não me levantar da cama e sentir como o mar que bate nas rochas agitado e siguir o meu caminho.

Queria apagar o passado e saltar para o presente e depressa chegar ao futuro!
Um futuro em que o Sol brilhe sobre as ondas !

Mais minha vontade é pegar o carro acelerar ao maxímo... fugir de tudo e todos... sem medos ou receios.

Quero sonhar!
Amar e ser amado!
Acender a lareira só para ficar a olhar o brilho do fogo... Não quero cumprir rituais familiares... Minha vontade é gritar... ser livre.... não ter amarras e tal como o mar bater na areia, Enroscar-me no meu desejo e deixar-me levar!

Rasguei as páginas do calendário, riscar datas da memória, quero ir lá pra fora para a chuva e deixar ela me molhar... limpar-me as poeiras da tristeza !

Não quero nada apenas dormir e acordar noutro local, esquecer quem fui ou quero ser!
Correr na chuva até ficar exausto, tomar um banho bem quente, mergulhar e ficar sem respirar só para ver quanto tempo aguento!

Minha vontade é escrever de uma forma desconexada!
Assim como me encontro sem destino ou direção!

Não quero voltar à realidade, mas vou ter de voltar...
( não vou ler este texto antes de o publicar e não o vou fazer... Só faço o que tenho vontade nem que seja por mais uns instantes..)

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

A OUTRA

"O medo de sofrer é pior do que o próprio sofrimento.
E nenhum coração jamais sofreu quando foi em busca de seus sonhos.
O coração tem razões que a própria razão desconhece."



Uns dos melhores filmes que assistir este ano, sempre tive um certo fascínio por personagens históricos que foram guilhotinados por conta de revoluções, traições ou pelo capricho de grandes monarcas. Só isso já bastaria para eu gostar de A Outra(Inglaterra-EUA, 2008), filme que conta a saga de Ana Bolena, a mulher que provocou a ruptura de Henrique VIII com a Igreja Católica.

Vou ser tolerante com aqueles que não sabem quem perde a cabeça nessa história e não vou contar, apesar de achar que ignorar esse “pequeno” detalhe é como ir assistir Titanic sem saber que o navio afunda no final. Mas mesmo aqueles que prestaram bastante atenção às aulas de História no colégio provavelmente não sabem que Ana não foi a única Bolena que esteve nos braços de Henrique VIII. Maria, sua irmã mais nova foi a primeira a cair nas graças do rei, inclusive dando a ele o filho varão que ele tanto desejava. Acontece que o que Maria tinha de beleza, sua irmã Ana possuía de astúcia e, utilizando técnicas de conquista mais velhas que andar para frente (“só vamos para a cama se você casar comigo”), ela acaba levando o Rei da Inglaterra a fundar uma nova religião só para poder divorciar-se de sua antiga esposa, a rainha Catarina de Aragão (Ana Torrent).

O filme conta essa história de uma forma ágil. A princípio me pareceu que os fatos estavam se dando rápido demais. Mas no decorrer do filme percebi que era preciso que fosse assim (de outra forma, ele teria que ser transformado num seriado e o seriado já existe: The Tudors, no People and Arts). A escolha das atrizes para viverem as irmãs Bolenas não poderia ser melhor: Natalie Portman, como Ana Bolena, é cheia de nuances, e Scarlett Johansson (Maria Bolena) sabe como fazer o papel de uma garota sem muitas pretensões na vida. Claro que Natalie se sobressai, tanto por ser uma atriz mais completa, quanto por seu personagem também ser mais multifacetado. Ela não representa apenas uma mulher calculista, mas alguém que nasceu com uma liderança natural, o que a levou a ser a primeira opção quando seu pai resolve oferecer uma das filhas ao rei, para atingir maior status e posição social.

Por ser naturalmente mais desenvolta, digamos assim, ela acaba enredada em acontecimentos que fazem com que em certo momento tenha mesmo que assumir o papel de mulher manipuladora e calculista. Mas não acredito que tudo em Ana era calculado e frio, ao menos não é isso que a interpretação de Natalie transmite. Quando Ana se dirige a Maria, depois que as duas fazem as pazes (por um ato de bondade de Maria), e Ana pede que a irmã fique com ela na corte, Natalie passa a impressão de que a personagem estava sendo sincera em seu pedido: desejava mesmo a companhia da irmã, talvez um pouco por medo da grandiosidade do que estava por vir (ela estava prestes a se tornar rainha), talvez por um sentimento de culpa de já ter sacaneado tanto a irmã.

O rei Henrique VIII (Eric Bana) parece um fantoche jogado de um lado para outro pelos acontecimentos. Não era a imagem que eu tinha do famoso rei que criou uma nova religião apenas para destronar sua rainha e poder substituí-la. Aprendemos na escola que ele fez tudo isso apenas porque Catarina de Aragão não lhe dava filhos homens, mas não é o que faz parecer o filme. O Henrique VIII de A outra estava mesmo era interessado em levar Ana Bolena para a cama a qualquer preço. Mesmo que o preço fosse ser excomungado pelo Papa e ter que banir a Rainha.

Ana não queria “liberar a festa” enquanto não tivesse garantida sua coroa, mas isso acabou resultando na cena mais frustrante do filme, tanto para o público quanto para os personagens: Henrique VIII a estupra, mais extravasando a raiva do que satisfazendo seu desejo por ela. Já com Maria, foi tudo muito diferente: apesar de ela ter se entregado logo que o rei desejou, foi tratada com carinho e romantismo, isso até Ana surgir novamente em cena e roubar todas as atenções do rei.

Se fosse para tirar alguma lição do filme, seria aquela que muitas mulheres já conhecem; ficar fazendo doce e não se entregar logo de cara pode fazer com que o cara cometa loucuras para conquistá-la, mas não é garantia nenhuma de amor eterno e cuidados depois que a ato se consumar! Ana Bolena e sua cabecinha coroada que o digam.

Um ótimo filme para uma noite chuvosa!

A outra (The other boleyn girl – 2008)

Direção: Justin Chadwick

Roteiro: Peter Morgan (O último rei da Escócia)

Elenco: Kristin Scott Thomas (Lady Elizabeth), Natalie Portman (Anne Boleyn), Scarlett Johansson (Mary Boleyn), Eric Bana (Rei Henrique VIII), Jim Sturgess (George Boleyn), Eddie Redmayne (Willian Stafford)

terça-feira, 4 de novembro de 2008

PINTANDO O ROSTO

"O medo de sofrer é pior do que o próprio sofrimento.
E nenhum coração jamais sofreu quando foi em busca de seus sonhos.
O coração tem razões que a própria razão desconhece."

Neste palco gigante chamado vida... Uma peça de teatro, com uma única diferença não permite ensaios, tem que sair tudo perfeito... de primeira o que nem sempre acontece!

Às vezes sinto-me um palhaço que ri e faz rir, que pinta o rosto com lápis de cor, e tenta colorir o coração cinzento, nos lábios um riso triste... Simplesmente um Palhaço que veste a saudade e que entra no palco da vida... Tentando buscar a alegria e nunca mais a deixar partir.

Fazer ela ouvir as palavras deste coração, ler a alma deste artista da vida. Que as tritezas da vida tentam fecharam este coração, mas como uma flor tem tentado desabrochar! Eu venho lutando dia a dia mais é muito dificil ...

Todas as manhãs salto da cama, para o palco da vida, não importa se a noite foi bem ou má dormida, se me dói a cabeça, ou se a alma chora em ferida, lá fora muitas crianças me esperam para as ensinar a rir, a brincar, aprender a construir, como é constituída uma planta e de que é feito o mundo e como se criam laços nesta vida!

Às vezes sinto-me ausente , mas chamam por mim e continuo a minha arte de representar e ensinar o que vem nos livros e na alma! Por detrás deste palhaço da vida esconde-se um coração que arde de saudade, se soubesses o quanto sinto a tua falta vinhas logo ao meu encontro. Tu que o roubaste de mim e depois partiste aos bocadinhos e deitaste-o fora de si. Agora junto cada bocadinho e tento voltar a reconstruí-lo..... Vou juntar cada peça e fazer um coração forte e saudável sem tristezas, nem medo de ser feliz! Continuo a acreditar que é só uma questão de tempo para que a vida volte a me sorrir novamente...

No palco da vida faço cambalhotas..... Não preciso esconder as lágrimas atrás de uma máscara, porque os meus olhos não secaram, deitam lágrimas em forma de orvalho, apenas sorrisos tristes tentando esconder a soberana tristeza!

Hoje sinto-me um palhaço alterado, sem vontade de trabalhar mas a luzes acenderam-se os holofotes iluminam e o espetáculo não pode parar porque o palhaço precisa de ganhar a vida!
As crianças esperam estão atentas a cada gesto do palhaço.... Que nem sempre trás números novos, mas que tenta fazer sempre algo de novo porque todos os dias são diferentes, por muito que pareçam iguais! Como nos palcos da vida vestimos e despimos varios personagens num só dia...

Por isso o importante é tentar viver cada personagem, cada história de uma forma intensa...
Para que possamos ouvir os aplausos no fim de cada atuação... No fim de cada dia...