domingo, 20 de dezembro de 2009

Carta ao Papai Noel

"O medo de sofrer é pior do que o próprio sofrimento.
E nenhum coração jamais sofreu quando foi em busca de seus sonhos.
O coração tem razões que a própria razão desconhece."




Carta ao Papai Noel
Bernardo Rodrigues

Querido Papai Noel,
Desculpa eu escrever tão devagar
é que eu tenho nove anos mas ainda
não sei escrever dereito nem meu nome
que é muito complicado.

Você sabe como é que é aqui agente
não temos escola pra todo mundo e
fica todo mundo quinem eu.

Eu sei que o senhor tem muita
carta pra ler e que todo mundo escreve
carta pro senhor aí eu resolvi escrever
de uma vez pro senhor não ter desculpa
depois que tá muito ocupado quinem
meu pai todo ano fala.

Mais eu queria era fazer essa
carta pra falar com o senhor o que
eu quero ganhar de Natal.

Se não for muinto defício pro senhor eu
queria quatro presentes deferentes.

O primeiro é um papagaio.

Uma vez falei com meu pai que
queria um papagaio e ele me deu um,
só que o que ele me deu era de papel igual pipa.

Eu quero é um daquele verde que paresse
uma maritaca e fala um monte de coisa.

O Esquerdinha amigo meu ele faz muinta coisa
errada mais é do bem e é bom de bola.

Aí ele falou que eu não poço ganhar papagaio
porque eu sou gago esqueci de falar isso
com o senhor mas ele falou que eu sou gago
e que gago não pode ter papagaio sinão
o papagaio gageja também.

Eu acho bobice do Esquerdinha porque o papagaio
custa caro e deve ter estudado em escola particular
e menino de escola particular não gageja.

E si ele vier com defeito aí eu peço pra trocar.

Mais como o senhor é que vai
trazer eu confio no senhor.

O senhor já ta velhinho mas é de confiança
deferente dos político daqui.

Intão eu queria ganhar um papagaio
e uma chutera nova.

Agora a chutera eu queria o pé direito número
34 e o esquerdo numero 30 porque
eu quero devidir com o Isquerdinha
meu amigo porque ele não tem chutera
e ainda joga bem pra caramba.

Ele chuta de perna isquerda
aí pode ser asim.

Um papagaio uma chutera
e uma camionete.

Eu quiria dar uma caminonete
pra minha mãe pra ela poder carrega
as roupa que ela lava sem ficar
com dor nas costa.

Mina mãe tem poblema sério
de coluna aí eu queria mesmo é
que ela sarace mas eu sei que o sinhor
não é médico nem pai de santo e que o
problema da minha mãe é sério.

Mas a caminhonete eu acho
que ajuda ela um pouco.

O outro presente eu queria
sarar da minha gagera.

Eu vi na televisão que tem
um médico que sara gago.

Eu queria ganhar um
médico desse de presente.

Não cei se o senhor dá médico de presenti
mas acho que pode ser um presente ispessial.

Nem precisa imbrulhar porque senão o médico
morre asfiquiciado quinem o policial falou do
meu irmão quando mataram ele.

Eu quero sarar da gagera pra todo mundo parar
de rir de mim e o papagaio não ficar gago mas
eu acho que não tem nada a ver é coisa do
Esquerdinha que ta com inveja eu acho.

E também eu poço falar bonito
pra minha professora gostar de mim.

Ela é nova e é bonita pra caramba e eu queria
cazar com ela pra ela poder me ensenar
escrever dereito e mas depressa.

Obrigado pela atensão espero que o senhor
esteje bem sua mãe es seus parentes.

Manda um abraço pros viadinho
que carrega sua carroça.

Um ispecial praquele que ta gripado.

Ele já sarou?

Um abraço.

Maicodiéquisso dos Santos da Silva

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

O PODER DO AFETO

"O medo de sofrer é pior do que o próprio sofrimento.
E nenhum coração jamais sofreu quando foi em busca de seus sonhos.
O coração tem razões que a própria razão desconhece."




A falta de tato para resolver conflitos e tratar de assuntos com pessoas que têm idéias opostas, tem sido responsável por muitos desentendimentos e dissabores nos relacionamentos.

Por vezes, um problema que poderia ser facilmente resolvido, cria sérios rompimentos por causa da falta de jeito dos antagonistas.

O afeto, usado com sabedoria é uma ferramenta poderosa, mas pouco usada pela maioria dos indivíduos.

O mais comum tem sido a violência, a agressividade, a intolerância.

Existem pessoas que não gostam de mostrar sua intimidade e escondem sob um véu de sisudez, com ares de poucos amigos, na tentativa de evitar aproximações que deixem expostas suas fragilidades.

São como os caramujos, os tatus, as tartarugas e outros semelhantes.

Ao se sentirem ameaçados, escondem-se em suas carapaças naturais, e não deixam à mostra nenhuma de suas partes vulneráveis.

A propósito, você já tentou alguma vez retirar, à força, de seu esconderijo, um desses animaizinhos?

Seria uma tentativa fracassada, a menos que você não se importe em dilacerar o corpo do seu oponente.

No caso da tartaruga, por exemplo, quanto mais você tentar, com violência, retirá-la do casco, mais ela irá se encolher para sobreviver.

Mas, se você a colocar num lugar aconchegante, caloroso, que inspire confiança, ela sairá naturalmente.

Assim também acontece com os seres humanos. Se em vez da força se usar o afeto, o aconchego, a ternura, a pessoa naturalmente se desarma e se deixa envolver.


Às vezes a pessoa chega prevenida contra tudo e contra todos e se desarma ao simples contato com um sorriso franco ou um abraço afetuoso.

Mas, se ao invés disso encontra pessoas também predispostas à agressão, ao conflito, as coisas ficam ainda piores.

Como a convivência com outros indivíduos é uma realidade da qual não podemos fugir, precisamos aprender a lidar uns com os outros com sabedoria e sem desgastes.

A força nunca foi e nunca será a melhor alternativa, além de causar sérios prejuízos à vida de relação.

Portanto, criar relacionamentos harmônicos é uma arte que precisa ser cultivada e levada a sério.

Mas para isso é preciso que pelo menos uma das partes o queira e o faça.

E se uma das partes quiser, por mais que a outra esteja revestida de uma proteção semelhante à de um porco-espinho, ninguém sairá ferido e o relacionamento terá êxito.

Basta lembrar dessa regra bem simples, mas eficaz: em vez da força o afeto. E tudo se resolve sem desgastes.

...............

De tudo o que fazemos na vida ficam apenas algumas lições:

A certeza de que estamos todos em processo de aprendizagem...

A convicção de que precisamos uns dos outros...

A certeza de que não podemos deter o passo...

A confiança no poder de renovação do ser humano.

Portanto, devemos aproveitar as adversidades para cultivar virtudes.

Fazer dos tropeços um passo de dança.

Do medo, um desafio.

Dos opositores, amigos.

E retirar, de todas as circunstâncias, lições para ser feliz.


(Equipe de Redação do Momento Espírita).